Desde 1963 que Buñuel andava à volta desta adaptação do romance clássico de Benito Pérez Galdós.Tem a ver com um dos seus tópicos preferidos: a sedução e a corrupção de uma inocente, Tristana (Catherine Deneuve), por um homem mais velho, Don Lope (Fernando Rey), um cavalheiro cujos ideais políticos abertamente proclamados são muito mais radicais do que a maneira como trata as mulheres. Tristana sobrevive a esta opressão, após perder uma perna, redobrando a sua perversidade e espalhando os seus efeitos.
Regresso de Buñuel a Espanha, embora numa cooperação com Italia e Espanha, este é considerado um dos melhores filmes do realizador surrealista.
Luis Buñuel tinha paixões e ódios fortíssimos. Na sua biografia, Buñuel dedica uma página e meia a Tristana. Diz que, embora a novela de Benito Perez Galdos, na qual o filme se baseia, não seja das melhores do autor, sempre se sentiu atraído pela personagem de Don Lope. “Atraí-me também a idéia de mudar a acção de Madrid para Toledo e render, assim, homenagem à cidade tão querida.” Pensou em Fernando Rey, com quem tinha trabalhado em Viridiana, de 1961, e “na jovem actriz italiana de quem gostava muito, Stefania Sandrelli”. O projecto não saiu na época; mais tarde, Catherine Deneuve – que tinha trabalhado com ele três anos antes, em 1967, em La Belle de Jour – escreveu-lhe várias vezes oferecendo-se para o papel principal.
Ganhou vários prémios, mas destaca-se uma nomeação ao Óscar de Melhor Filme em lingua estrangeira.
Filme
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