Miriam Blaylock é uma coleccionadora de obras renascentistas, antigos colares egípcios, amantes... e almas. Formosa e bem viva, Miriam é uma vampira sem idade, que vive num elegante bairro de Manhattan. John, é o seu marido e companheiro. No amor, na vida, e nas suas paixões sanguinárias, eles são inseparáveis. Quando John começa inesperadamente a envelhecer procura a ajuda de uma investigadora de geriatria. Mas, Miriam logo começa a pensar na atraente cientista como uma substituta para John. Afinal a sua Fome é insaciável...
Bela Lugosi’s Dead! Nunca o título de uma canção definiu tão bem o espírito vivido nesta recriação do mostro erótico que é o vampiro. Originário de um folclore temente à religião, e com conotações sociais presentes sobre o comportamento em sociedade relativamente ao sexo, o vampiro da antiguidade era uma figura de aparente humanidade, que nada mais se tratava do que uma carcaça seca cujo o único objectivo era a caça, do modo mais perverso possível.
Até mesmo a figura de Drácula de Bram Stoker não ultrapassa muito esta imagem. Embora a apresentação de Francis Ford Coppola tenha optado por uma humanização da figura, ao atribuir-lhe um passado e um amor perdido, desde da antiguidade que as representações da figura do vampiro, mesmo que ligeiramente distintas entre culturas e designações apresentadas, consiste num demónio de figura quase humana, que se alimenta do sangue, e por vezes da carne, daqueles que estão vivos, e como tal, aproveitando a vitalidade roubada para restabelecer o seu corpo e conseguir a imortalidade.
Em The Hunger, realizado por Tony Scott, numa adaptação do romance homónimo de Whitley Strieber, será somente este último conceito que é herdado na sua plenitude, resultando daí a adaptação portuguesa para Fome de Viver. Neste relato, figuras como o Drácula de Bela Lugosi estão efectivamente mortas e enterradas. Este conto não vai incidir numa personagem do passado e em decomposição perante a simbologia valorizada no presente. Pelo contrário, estes vampiros estão bastante vivos, e satisfeitos com isso mesmo. É esta fantasia que atrai constantemente leitores para histórias sobre esta figura mitológica. O prazer de viver para sempre, assim como toda a carga de liberdade e sexualidade que normalmente está associada à mordedura de um vampiro.
Fome de Viver é dotado de um erotismo que vive por entre as linhas do seu enredo. Embora a nudez não seja desconhecida neste filme, todo o ambiente que o antecede e precede é coerente com a luminosidade algo escura, um pouco dúbia, que Tony Scott incutiu neste filme. Fome de Viver pode ter sido mal recebido na sua estreia, mas o tempo assegurou-se em cultivar seguidores de culto a partir de um estilo de influência gótica, presente naquele que é considerado o filme de vampiros mais sensual de sempre.
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